Alterações na morfologia do
cão Fila Brasileiro ao longo do tempo.
Cabeças de filas de padrão
original.
Acima à esquerda cão da
criação Teli Gonçalves em época recente; à direita, cães Parnapuan.
Abaixo, Imagens de cabeças
de épocas e origens diversas, incluso animais em reprodução.
Há uma
proporcionalidade estável e harmoniosa entre crânio o focinho, assim como uma
expressão facial única, forte, serena, que reflete um temperamento enérgico.
A cabeça define em grande parte a raça, para qualquer espécie de animal.
Por isso é tão importante que se siga o padrão quanto a este item.
Temos recebido muitas manifestações de pessoas que se iniciam na raça Fila
Brasileiro, se dizendo em dúvida quanto a estarem criando corretamente, ao
verem tantos tipos de cães diferentes a receberem premiações de diversos
clubes. E as dúvidas recaem mais sobre as cabeças que se vê por aí. Também da
parte de criadores decanos temos recebido confissões de dúvidas quanto aos
caminhos que a raça toma ultimamente.
Para a construção do Padrão Original Fila Brasileiro, descrevemos com um
pouco mais de detalhes o que já consta de outros padrões, de outros clubes para
o Fila Brasileiro, reforçando itens de grande importância para a preservação do
tipo original. Hoje poucos são os criadores ou juízes que atentam ou se
importam de seguir os padrões quanto ao formato de cabeça, as proporções do
crânio com relação ao focinho e as proporções e formato dos lábios com relação
ao osso nasal.
Portanto não é uma questão do que está escrito, para se trabalhar a
preservação do Original, mas uma questão de seguir o que está escrito. Mas
mesmo assim, decidimos que reforçando determinados itens que não estão sendo
seguidos, reforçamos nossa intenção de segui-los e fazer com que o sigam
aqueles que adotam esta raça. O padrão original ainda persiste em várias
criações, planteis e materiais genéticos. É uma questão de se separar o que
ainda pode ser preservado.
Observe-se o texto abaixo, do Original Fila Brasileiro, com destaques em
cores para atenção:
CABEÇA: sempre grande e pesada em relação ao corpo, de
aspecto maciço, tipicamente braquicéfala.
Crânio: grande e largo, estreitando um tanto
abruptamente, ao iniciar-se o focinho. Jamais a cabeça de um Fila de padrão original poderá ser
confundida com a de um Mastif ou Mastin Napolitano, pelo fato de se apresentar
tipicamente braquicéfala. Vista de
cima, apresenta aspecto nitidamente periforme,
que a diferencia dos demais molossos.
Focinho: de perfil romano, forte, largo,
levemente mais curto do que o crânio, mas sempre em harmonia com este. De média profundidade em toda a extensão, terminando em linha
quase perpendicular ao osso nasal. Lábios superiores grossos, flácidos e
pendentes, sobrepondo-se aos inferiores, dando ao focinho aspecto próximo do
quadrado, típico dos molossóides. Lábios inferiores firmes na ponta do maxilar,
porém soltos nos lados, onde os bordos denteados são
moderados. Linha inferior do focinho praticamente
paralela à superior. De cor negra, exceto nos cães de pelagem chocolate
ou marrom, nos quais o nariz de coloração marrom é permitido. A profundidade do
focinho não deve ultrapassar o seu comprimento, devendo
o exemplar ser penalizado na medida do descumprimento deste ítem. Vistos
de frente, os lábios delineiam formato de “U” invertido.
ORELHAS : grandes,
em forma de V, inseridas na parte mais posterior do crânio e na linha média dos olhos, nem muito abaixo
nem muito acima. Em consequência da pele
solta, a inserção de sua raiz é variável. Quando o cão em atenção, a inserção é
alta, atingindo a linha superior do crânio; estando o cão em repouso, a raiz
permanece na linha dos olhos ou ligeiramente baixa. As orelhas são de tamanho mediano e largas, não devendo aparentar
orelhas do tipo bracoide, grandes e estreitas.
Com os destaques do padrão, poderemos aplicar
melhor as correções que não estão sendo levadas a sério na maioria das vezes
para o Fila Brasileiro. E assim esperamos poder preservar o que já existe, mas
caminha para desaparecer perante os modismos, ou perante as interações recentes
entre linhagens tradicionalmente atípicas com linhagens até então preservadas.
Produzindo o Moderno Fila Brasileiro, urbanizado e alterado, alguns destes como
resultado da tentativa do“puro por cruza”.
São claramente duas raças distintas, com duas
propostas de funcionalidade distintas.
As orelhas são implantadas na linha dos olhos e são
largas e triangulares. A profundidade do focinho não ultrapassa seu comprimento.
O que não é moderno evidentemente.
Qual das imagens acima reproduz com fidelidade o desenho orientado por
Paulo Santos Cruz, ao centro?
Em qual das imagens, XY = XZ? Ou XY = ZS?
Em quais estudos e conhecimentos se baseou para melhorar ou aprimorar o
FB, a ponto de distanciá-lo dos ensinamentos do criador do primeiro padrão da
raça ?
Observe-se na fêmea tigrada, registrada em RI, 2014, pelo Núcleo de
Preservação do Original FB, e compare com o campeão Zambê de Parnapuã, (cabeça
a cabeça), década de 1960. A possibilidade de resgate do Original, ainda é
real.
À esquerda fêmea registrada RI OFB
(2014), à direita o tetracampeão Zambê de Parnapuan (1963).
Imagens falam mais que palavras!
Vamos expor no tópico 15 a respeito das orelhas no Fila Brasileiro e no
original Fila Brasileiro. No tópico 16, também oferecemos imagens comparativas
entre as duas raças, para que se fixe bem as diferenças e mais especialmente o
padrão do Original.
As fotografias e desenhos que não são de propriedade do autor, foram obtidas na internet, com exclusiva finalidade didática e de pesquisa.
Fonte: Wikipedia