Tópico 03
Segundo o padrão Cafib, a respeito do focinho: “nunca deve a profundidade igualar ou ultrapassar o comprimento”.
Compatível com todos os cães de Padrão Original, através de fotografias de cães
Parnapuan e outros cães registrados na primeira década de registros da raça. Em
geral, o aumento de couro acarreta o aumento da rima labial, e temo que, por
consequência, outras alterações comprometedoras para a raça, além da expressão
racial, hoje bastante “carregada”. Nas décadas de 1970/80 aproximadamente, a
raça de gado zebuíno Indu Brasil entrou em processo de implosão, devido a que
os criadores focaram tanto seu trabalho de seleção, no aumento do tamanho das
orelhas, que os animais se tornaram excessivamente linfáticos e paquidérmicos.
Os bezerros tornaram-se extremamente “moles” ao nascer, necessitando que fossem
mantidos apoiados pelos vaqueiros até ao terceiro ou quarto dia de vida, para
serem amamentados nas vacas. Juntamente com o excesso de orelhas, possivelmente
vinham vinculados gens que determinavam outras características, comprometendo a
saúde dos animais e sua capacidade de viver com naturalidade.
Abaixo, observem-se imagens
à esquerda, o Fila Brasileiro moderno e à direita o tipo Padrão Original, em
desenho idealizado por Santos Cruz e em fotografias de cães autênticos e fieis
à origem.
A grande profundidade dos lábios parece ser uma “marca” da modernidade,
embora o padrão Santos Cruz seja proibitivo quanto a este item – mas quase
nunca respeitado.
Para a criação do Original, vamos respeitar as medidas estabelecidas
pelo patrono da raça Fila.
À esquerda, imagem da preferência moderna
(evolução?), à direita, focinho mais “natural”.
Será uma tendência de todos os clubes de criação de
Fila Brasileiro, alterar a profundidade dos lábios nos cães, apesar do padrão
proibir? Serão os cães de lábios mais ao padrão antigo, penalizados no futuro?
Ou eles estarão sendo já penalizados em razão de uma estética moderna?
Abaixo, quatro imagens de cabeças Originais, no
formato desejável para este padrão.
Acima à esquerda, cão Original da origem Teli Gonçalves,
2010 e à direita cabeça Parnapuan.
Acima, cabeças de cães sem parentesco, em programa de reprodução pelo
Núcleo de Preservação do Original F.B. Ambos de genéticas intocadas.
O que será feito com os últimos cães que ainda apresentam
cabeças do tipo Original?
Para que não fiquem condenados à extinção, criamos
o padrão Original Fila Brasileiro, onde cães como estes poderão estar
abrigados. Cremos que brevemente estes cães serão considerados inadequados nas
exposições, seus proprietários poderão se sentir ridicularizados, até humilhados
pois estarão totalmente fora da moda que valoriza os de grandes bocarras e
dobras de couro. Recentemente um juiz brasileiro chamou a atenção de vários
expositores em um evento fora do Brasil, ao dizer que havia ali um único cão
que não era Fila Brasileiro, apontando para o criador com seu animal. Segundo
informações, possivelmente o juiz estaria se referindo a um cão de padrão mais
antigo, menos pesado que os demais, inadequado naquele ambiente.É evidente que
os preservadores estão sendo levados para fora do mercado. Os criadores que
visam a comercialização como prioridade, devem permanecer com as tendências de
moda. A preservação é um trabalho abnegado, que exige dedicação e talvez pouco
resultado financeiro.
As fotografias e desenhos que não são de propriedade do autor, foram obtidas na internet, com exclusiva finalidade didática e de pesquisa.