Tópico Alternativo 9

 Alteração nas raças caninas – ou “melhoramento” pela cinofilia moderna.

Os Mastins e o Fila Brasileiro – evolução, melhoramento, aprimoramento moderno.

O original na Europa, mastins e mastifs primitivos – o animal de trabalho, rústico, nativo, aborígene.

Cena de caça ao javali com Alão ou Cão de Fila, ancestrais do Fila Brasileiro em Portugal. Obra de arte, Túmulo de D. Pedro 3º, Conde de Barcelos (1285-1354) filho do Rei D. Diniz – Igreja de S. João Baptista de Tarouca. Fonte: arquivos da biblioteca de Antonio Ferreira e André Oliveira, Porto.

Acima à esquerda, obra de Maximilian, 1822, cães de Fila no Brasil. À direita, painel do sec XVIII da Quinta das Torres em Azeitão – Alãos no agarre do Touro (arquivo de Antonio Ferreira e André Oliveira, Portugal - Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original)

Do século XII ao século XVIII, mesmo cão, mesmo fenótipo, mesma função, em Portugal e depois no Brasil.
Anteriormente ao ano de 1.200, já denominado de Cão de Fila, ou Alão, este cão já era raça definida pela função, e criado em Portugal de maneira organizada, com processos seletivos criteriosos. Veja no Livro da Montaria, terminado por volta do ano de 1.400, por D. João I, Portugal.

O Fila Brasileiro é um mestiço, do caldeamento de raças no Brasil?

Aprenda mais no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”. Não repita conceitos equivocados, estude.

O pior da ignorância não é não saber, é não querer saber, não querer ver, permanecer surdo, insistir no erro. 

À esquerda, o primeiro cão Fila Brasileiro registrado no Brasil, Bumbo da Vila Paulista, 1945, descendente direto dos seus ancestrais. À direita, Mastin nos primeiros momentos da cinofilia moderna. (Fonte Wikipédia). Ainda funcionais.

Bumbo, era cão de temperamento extremamente bravo, levado de Minas Gerais para a cinofilia oficial, era nada mais nada menos
que o Fila Original, adaptado no Brasil, a partir do Alão, sem qualquer mistura com outras raças. O cão aborígene brasileiro. Sendo o primeiro Fila introduzido nos meios cinófilos brasileiros, serve de base para se compreender o Original fila Brasileiro, o verdadeiro Fila Puro, sem as alterações atuais. Apresenta morfologia perfeita para qualquer trabalho; forte, ágil, rápido, sem adornos e excessos.


 Acima, Cães Fila Brasileiro da década de 1950 a 1970. Os cães são Tamoio de Parnapuan com Paulo Santos Cruz (esquerda) e Jacarandá de Parnapuan (centro) com Luiz Hermany Filho. Os verdadeiros Fila Puro, dos quais a cinofilia moderna tem vergonha, e alega que não são bastante evoluídos. Ainda nas décadas de 1970 e 1980, se podia encontrar cães como Leãozinho do Aquenta Sol(direita), preservados na morfologia original.

Mas a cinofilia brasileira, sofreu uma crise de complexo de vira latas..... Afinal toda a cinofilia moderna estava fazendo “evoluir” seus planteis, a partir dos ancestrais originais, os rústicos aborígenes. Como não seguir a Europa? Afinal, não somos colonizados?

À esquerda, o Mastif na cinofilia moderna, anos 1980. Primeiras alterações severas na raça.
À direita Fila Brasileiro na cinofilia moderna, anos 1970. Primeiras grandes alterações na raça.
Primeira fase do complexo de vira latas: “o Fila Brasileiro original é feio, precisamos fazer com que se pareça com seu ancestral mais nobre, o Mastif” (com base na teoria de que o FB seria descendente de caldeamento entre raças inglesas).

A afirmativa desta hipótese permanece teimosa – por isso a repetimos -  por mais que se prove ao contrário, como se pode ver nas mídias de clubes da raça.

Em que documentos se baseia a teoria do caldeamento de raças, para a formação do Fila Brasileiro?

Para alguns, documentos são irrelevantes. O importante é ser importante!

À esquerda, Mastin Napolitano na cinofilia moderna, em períodos iniciais de sua alteração, a partir dos ancestrais originais.
À direita, Fila Brasileiro, na cinofilia moderna, em pleno período das alterações da raça original.

Várias linhas ideológicas, passaram a movimentar e alterar a morfologia do Fila Brasileiro, a partir da década de 1980. Algumas, buscando os exageros de formas, grande massa corporal, alteração nas proporções de comprimento e altura de seus ancestrais brasileiros. O Fila Brasileiro deveria se parecer com os mastins e mastifs. Não poderíamos ficar a dever à cinofilia internacional, não poderíamos deixar de acompanhar a moda, ou estaríamos nos colocando em situação de inferioridade.

A partir de 1960/1970, a cinofilia européia e especialmente a americana, ditam as normas, do que é bom e o que não é.

Outra fase do complexo de vira latas, pode-se ver comparando a escalada de transformação e alteração do fenótipo da raça Fila Brasileiro. Comparando-se um dos primeiros FB registrados em RI, em uma fazenda do município de Frei Inocêncio, nordeste de Minas Gerais, inicio da década de 1980 (esquerda), e o Fila Brasileiro atual (direita), percebe-se a intenção de fazer com ele se pareça com o Bloodhound, raça de origem inglesa que estaria nas bases do “caldeamento” para a formação racial do F. Brasileiro.

É esta cinofilia que queremos para o nosso Fila?

Ou esta acima? Leia mais, estude, tenha a mente aberta para conhecer mais. Não se negue à verdade, ela te libertará!